Review Note
Last Update: 02/18/2025 12:25 PM
Current Deck: Exame_SP::Doencas Transmissiveis::Vigilancia Epidemiologica
PublishedCurrently Published Content
Frente
Quais são os passos a seguir para investigação de um surto. Descreva sucintamente cada passo
Verso
1. Planeamento do trabalho de campo - Nem sempre é feito em primeiro lugar. Envolve a gestão de recursos humanos, logistica (necessidade de EPI, alojamento), conhecimento científico necessário (revisão de literatura, reunir com peritos ou laboratórios);
2. Confirmação da existência de surto; - Confirmar não só se existe um aumento efetivo, e não apenas sentido, do aumento de casos, e se os casos correspondem de facto a um problema de saúde. Ex. Aumento de casos por introdução de teste diagnóstico ou por alteração na definição de caso - Não é surto!
3. Confirmação do diagnóstico; - Através da clínica, epidemiologia e exames laboratoriais. Essencial para distinguir agentes etiológicos com vias de transmissão diferentes que resultem em síndromes comuns. Ex. Febre hemorrágica pode ser causada por dengue, ébola ou vírus de Crimeia-Congo; Hepatite aguda por Hepatite A ou B.
4. Definição de caso; - Decidir as definições de caso: Confirmado (com diagnóstico laboratorial), Provável (baseado na clínica, link epidemiológico e diagnóstico
laboratorial presumível), Possível (baseado apenas na clínica)
5. Procura ativa de casos; - Imprescindível para ter a melhor noção aproximada da dimensão do surto, de forma a implementar medidas eficazes. Ex: Campanha de testagem de Hepatite B durante surto em sala de consumo vigiado; Utilização de testes rápidos em surtos de dengue
6. Descrição dos dados de acordo com o tempo, o espaço e a pessoa; - Epidemiologia descritiva
7. Gerar hipóteses - Epidemiologia Analítica
- Com base no diagnóstico e inquérito e epidemiológico Ex. Identificação de locais de risco em surto de Doença dos Legionários
- Cálculo de taxas de ataque, risco relativo...
8. Avaliação das hipóteses de acordo com os resultados laboratorais; - Através, por exemplo, de inquérito ambiental e de estudos epidemiológicos.
9. Refinamento das hipóteses e estudos complementares; - Complementaridade do inquérito ambiental: Ex: Testagem de alimentos em TAC, ou de águas em surto de Doença dos Legionários
10. Medidas de controlo e prevenção - Ex: Criação de alas de isolamento em surto de KPC ( Klebsiella pneumoniae carbapenemase) hospitalar; Choques térmicos ou químicos em surtos de Doença de Legionários; Campanha de vacinação em surtos de Hepatite A.
11. Comunicação dos resultados. - Saber articular com entidades mediáticas e competentes, além dos atores e parceiros envolvidos, com a transparência necessária e sem comprometer nem a privacidade dos doentes nem a efetividade das ações de controlo e prevenção, causando o pânico ou desconfiança. Escrever relatório da investigação e medidas tomadas.
12. Avaliar o processo de investigação e intervenção e fazer alterações nos procedimentos de forma a melhorar o processo.
Fonte: Sebenta GQ, CDC (https://archive.cdc.gov/www_cdc_gov/csels/dsepd/ss1978/lesson6/section2.html#step6) e ECDC (https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/toolkit-investigation-and-response-food-and-waterborne-disease-outbreaks-eu)
2. Confirmação da existência de surto; - Confirmar não só se existe um aumento efetivo, e não apenas sentido, do aumento de casos, e se os casos correspondem de facto a um problema de saúde. Ex. Aumento de casos por introdução de teste diagnóstico ou por alteração na definição de caso - Não é surto!
3. Confirmação do diagnóstico; - Através da clínica, epidemiologia e exames laboratoriais. Essencial para distinguir agentes etiológicos com vias de transmissão diferentes que resultem em síndromes comuns. Ex. Febre hemorrágica pode ser causada por dengue, ébola ou vírus de Crimeia-Congo; Hepatite aguda por Hepatite A ou B.
4. Definição de caso; - Decidir as definições de caso: Confirmado (com diagnóstico laboratorial), Provável (baseado na clínica, link epidemiológico e diagnóstico
laboratorial presumível), Possível (baseado apenas na clínica)
5. Procura ativa de casos; - Imprescindível para ter a melhor noção aproximada da dimensão do surto, de forma a implementar medidas eficazes. Ex: Campanha de testagem de Hepatite B durante surto em sala de consumo vigiado; Utilização de testes rápidos em surtos de dengue
6. Descrição dos dados de acordo com o tempo, o espaço e a pessoa; - Epidemiologia descritiva
- Elaboração de base de dados completa, com desenho de curva epidémica -tempo,
- mapeamento -espaço (Ex. mapear os casos confirmados de pneumonia numa planta de um lar, usar Sistemas de Informação Geográfica)
- criação de cadeias epidemiológicas (processo de identificar e analisar as ligações entre casos de uma determinada doença ou evento de saúde, de forma a reconstruir o padrão de transmissão e identificar a fonte de infeção e o caminho que a doença percorreu.),
- Descrição dos casos - pessoa (idade, sexo, doenças), exposições (ocupação, consumo alcool, tabaco, medicação) - Pode ajudar a identificar o tipo de pessoas mais vulneráveis a contrair a doença
7. Gerar hipóteses - Epidemiologia Analítica
- Com base no diagnóstico e inquérito e epidemiológico Ex. Identificação de locais de risco em surto de Doença dos Legionários
- Cálculo de taxas de ataque, risco relativo...
8. Avaliação das hipóteses de acordo com os resultados laboratorais; - Através, por exemplo, de inquérito ambiental e de estudos epidemiológicos.
- Inquérito ambiental: Ex. Verificação da existência de fezes de ratos em armazém alimentar num surto de leptospirose.
- Estudos Epidemiológicos (coorte e caso-controlo):
- 1. Estudos de coorte:
- a. Taxa de Ataque (TA): Nº de pessoas expostas e adoeceram / Nº de Pessoas expostas
- ii. Taxa de incidência cumulativa: Ao contrário da incidência, só mede o denominador no início do estudo
- b. Risco Relativo: TA dos expostos / TA dos não expostos
- c. Risco Atribuível:TA dos expostos – TA dos não expostos
- 2. Estudo caso-controle:
- a. Cálculo de odds ratio
9. Refinamento das hipóteses e estudos complementares; - Complementaridade do inquérito ambiental: Ex: Testagem de alimentos em TAC, ou de águas em surto de Doença dos Legionários
10. Medidas de controlo e prevenção - Ex: Criação de alas de isolamento em surto de KPC ( Klebsiella pneumoniae carbapenemase) hospitalar; Choques térmicos ou químicos em surtos de Doença de Legionários; Campanha de vacinação em surtos de Hepatite A.
11. Comunicação dos resultados. - Saber articular com entidades mediáticas e competentes, além dos atores e parceiros envolvidos, com a transparência necessária e sem comprometer nem a privacidade dos doentes nem a efetividade das ações de controlo e prevenção, causando o pânico ou desconfiança. Escrever relatório da investigação e medidas tomadas.
12. Avaliar o processo de investigação e intervenção e fazer alterações nos procedimentos de forma a melhorar o processo.
Fonte: Sebenta GQ, CDC (https://archive.cdc.gov/www_cdc_gov/csels/dsepd/ss1978/lesson6/section2.html#step6) e ECDC (https://www.ecdc.europa.eu/en/publications-data/toolkit-investigation-and-response-food-and-waterborne-disease-outbreaks-eu)
No published tags.
Pending Suggestions
No pending suggestions for this note.